segunda-feira, 16 de abril de 2007

Dolorosa despedida

Como que de repente, uma sensação estranha em meu interior parece avisar-me da proximidade de nossa despedida...
Desta vez, não é mais um alarme falso, movimento indeciso de quem precisa partir, mas parece não querer desvencilhar-se deste corpo que um dia lhe deu abrigo; desta vez é real... é chegada a hora.
Recosto-me, tentando em vão encontrar uma posição cômoda para realizar tal feito, às vezes rápido e direto; outras, tão sofrido e demorado. Faço força, suo e descubro que o processo será longo e parcial...
Após algum tempo – para mim uma eternidade -, intercalado por períodos de discussões, silêncios e lamúrias, percebo que tudo finalmente acabou. Levanto-me, misturando desgaste (físico e emocional) e alívio e, firmemente decidido, aceno para dizer-lhe que vá.
Desfaço-me, então, dos resquícios insistentes da nossa despedida, que conseguem ainda causar-me certo desconforto, e decido tomar um banho, a fim de livrar-me completamente de sua essência.
Por vezes, ainda sinto seu cheiro no ar. Ao meu lado, provas de que não sou o único a passar por essas situações... Lenços de papel, dobrados ou amassados, são as últimas lembranças materiais de uma relação curta, mas marcante.
Ao menos, me resta a certeza de que amanhã será um novo dia, e tudo poderá fluir de outra maneira...